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30 de janeiro
Dia Escolar da Paz e da Não-Violencia
31-01-2013
O Dia Escolar da Paz e da Não-violência foi fundado no ano 1964 pelo poeta e educador espanhol Llorenç Vida.A data não foi escolhida ao acaso, (...) (Ler +)
(...) mas assinala o dia (30 de Janeiro de 1948) do assassinato de um dos maiores defensores da paz, da não-violência, da justiça e da tolerância entre os povos: Mahatma Gandhi.

...Wangari vive sob as árvores, a sombra do Monte Quénia, em África.
Considerado o pai da Índia, Gandhi foi um homem de boa vontade que lutou, sem ódio, pela independência da sua pátria e pela paz no mundo. Dentro do ideal de paz e não-violência que ele defendeu, uma das suas frases mais marcantes foi: “Não existe um caminho para paz! A paz é o caminho!”.
Livros Recomendados : "Wangari e as árvores da Paz " de Wangari Maathai ...A terra estava despida. Para mim, a missão era tentar voltar a cobri-la de verde
" O Livro da Paz" de Todd Parr (Plano Nacional de Leitura)
Livro recomendado para a Educação Pré-Escolar, destinado a ler em voz alta/contar/trabalhar na sala de aula.
Paz é viajar para sítios diferentes. Paz é manter alguém quentinho. Paz é ter um lar. Abre este livro e descobre as diferentes formas de paz.
Ouve o cantar dos pássaros na floresta, sempre que vai com a mãe buscar lenha para cozinhar, e ajuda-a apanhar as batatas-doces, a cana-de-açúcar e o milho da terra fértil.
Wangari e boa aluna e quando cresce, alta como as árvores do bosque, ganha uma bolsa para estudar nos Estados Unidos.
Seis anos depois, acabado o curso, regressa a casa, no Quénia, e vê que entretanto, muita coisa mudara.
“O que aconteceu?”, interroga-se. “Onde estão as árvores?”
Wangari vê as mulheres curvadas sob o peso da lenha que tiveram de ir buscar a quilómetros e quilómetros de casa. Vê a terra despida, em que nada cresce.
“Onde estão os pássaros?”
Milhares de árvores foram cortadas para construir edifícios, mas ninguém plantara novas árvores em substituição.
“O Quénia inteiro ira converter-se num deserto?”, pergunta-se.
Wangari pensa na terra seca.
“Posso começar por semear algumas árvores aqui no meu quintal, uma a uma”.
Começa com nove.
Ao ver os pequenos caules ganhar raízes, Wangari enche-se de animo para continuar a plantar e inicia um viveiro. Num descampado, Wangari planta pequenas árvores, fiada atrás de fiada.
Em seguida, convence as mulheres das aldeias de que plantar árvores e algo de bom. Da uma pequena árvore a cada uma.
— Verão que nossa vida será melhor quando voltarmos de novo a ter árvores. Estamos a lançar a terra sementes de esperança.
As mulheres espalham-se pelas suas aldeias e plantam longas fiadas de pequeninas árvores que se estendem como um cinto verde por todo o campo.
Os funcionários do governo riem-se.
— As mulheres não são capazes de o fazer — dizem eles. — Só os serviços florestais e que sabem plantar árvores.
As mulheres ignoram a troça e continuam a plantar.
Wangari paga-lhes uma pequena quantia por cada planta que tenha pegado ao fim de três meses depois da plantação. E a primeira vez na vida que ganham dinheiro.
A palavra corre como o murmúrio do vento entre a ramagem: o verde voltou a aldeia de Wangari.
Depressa as mulheres de outras cidades, aldeias e povoados do Quénia começam também a plantar longas fiadas de pequenas árvores.
Porem, o abate não para.
Wangari opõe-se, firme como um carvalho, a fim de proteger as velhas árvores que ainda restam.
— Precisamos mais de um parque verde do que de um prédio de escritórios.
Mas os funcionários do governo não estão de acordo.
Wangari impede-lhes a passagem. E presa e metida na cadeia, sob a acusação de ser uma agitadora.
Wangari mantém-se firme.
“O que é correcto é correcto, mesmo que se fique só”.
Mas Wangari não esta só.
O seu apelo a favor das árvores espalha-se por toda a África, como as ondas na água do lago Vitoria.
Muitas mulheres inteiram-se da noticia e plantam ainda mais árvores em fiadas cada vez mais longas.
Os caules ganham raízes e crescem bem alto, a ponto de haver mais de trinta milhões de árvores onde antes não havia nenhuma.
A floresta verde do Quénia renasce.
As mulheres já caminham de cabeça erguida e costas direitas, agora que podem apanhar lenha perto de casa.
A terra já não esta seca.
Batata doce, cana-de-açúcar e milho crescem de novo na terra escura e fértil.
No mundo inteiro ouve-se falar das árvores de Wangari e do seu exercito de mulheres plantadoras.
E quem subir ao cume do Monte Quénia verá milhões de árvores a crescer la em baixo, o verde que Wangari fez renascer em África.

NOTA DO AUTOR
Wangari Maathai nasceu em 1940 no Ihithe, uma pequena aldeia na verde e fértil terra do Quénia.
Wangari era uma estudante brilhante e ganhou a “bolsa de estudos Kennedy,” o que lhe permitiu tirar uma licenciatura e um mestrado em Ciências Biológicas nos Estados Unidos. Regressou ao Quénia para concluir os estudos na Universidade de Nairobi. Foi a primeira mulher na África Oriental a tirar um doutoramento. Professora universitária e, actualmente, membro do Partido do Quénia.
Wangari iniciou o Movimento Verde do Quénia em 1977, no Dia Mundial do Meio Ambiente, plantando nove pequenas árvores no quintal atrás da sua casa. Foi a primeira acção para contrabalançar a massiva desflorestação do pais. Com a falta de árvores, a vida diária do campo mudara, especialmente para as mulheres: a lenha para casa era escassa, a terra estava em erosão e empobrecida e não havia agua potável. O deserto avançava, arrasando campos onde outrora houvera árvores e colheitas abundantes.
Wangari recrutou mulheres da sua aldeia para a ajudarem a plantar mais árvores. Em 2004 já se tinham plantado trinta milhões de árvores, havia seis mil viveiros no Quénia, oitenta mil famílias viram os seus rendimentos aumentados e o movimento ja se tinha estendido a trinta países africanos.
Wangari Maathai ganhou o Prémio Nobel da Paz 2004 pelo seu contributo para a paz no mundo através do Movimento Verde. Na tradição africana, a árvore e um símbolo de paz. Ao saber que tinha ganho o prémio, Wangari plantou no sopé do Monte Quénia uma Nandi flame, árvore autóctone africana. No seu discurso de aceitação do Prémio Nobel, disse:
Temos de curar as feridas da Terra…
Só assim curaremos as nossas próprias feridas.
Temos de abraçar a criação em toda a sua diversidade,
beleza e maravilha.
Jeanette Winter . Wangari y los arboles de la paz
Barcelona, Ediciones Ekare, 2009